Proibido - Tabitha Suzuma
Editora: Editora Valentina
Ano: 2014
Páginas: 304
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Não vou fazer em tópicos, porque venho pensando em como escrever essa resenha desde outubro e ainda não tinha ideia do que escrever. Proibido conta a história de Maya e Lochan, 16 e 17 anos, respectivamente. Ela é doce, gentil, mas se comporta como mulher em decorrência a tudo que teve que viver. Ele é o responsável pela família, mesmo sendo o filho mais velho. Eles tem uma mãe em comum, que não se incomoda nem com eles, nem com os outros três filhos que tem. Maya e Lochan acham que é da obrigação deles manter a família unida (proteger os irmãos do serviço social). Eles têm função de pai e mãe na família, mas são apenas irmão e irmã.
Acho que deu para resumir bem sobre o que se trata a obra. Agora vamos ao que eu tenho a dizer. Quando li a sinopse, me deparei com a seguinte passagem:
"Mas será que o mundo receberá de braços abertos aqueles que ousaram violar um de seus mais arraigados tabus? E você, receberia? "
Antes de começar a obra minha primeira reação é NÃO, NÃO RECEBERIA. Como poderia aceitar um tipo de relação que não é natural ao mundo de hoje?! Sou do interior, e tive um tipo de educação onde primo com primo já é estranho, imagine irmãos?! Mas ao começar a ler Proibido, me deparei com um conflito de sentimentos tanto entre os personagens, quando aos meus sentimentos sobre a obra.
Vamos lá, se você não entendeu, eu explico: Essa obra é sobre incesto, Maya e Lochan se apaixonam durante a obra. (não é spoiler porque tem na sinopse). A reação natural de qualquer pessoa é achar um absurdo, uma ação doentia. Mas ao ler a obra, e tentar entender o que está acontecendo, você se pega em um conflito interno onde não sabe se apoia ou não essa relação. Muitos momentos eu me pegava torcendo pelo casal, que eles conseguissem passar por tudo e que no final tivessem algo feliz, porém na mesma hora eu me repreendia por pensar dessa maneira. Não sei, ficou tudo muito confuso. Mas tudo é questão de opinião, porque ao debater com meu irmão em casa, ele apenas disse:
"Claro que receberia tranquilamente, afinal Amor é amor, independentemente da circunstancia. Se for verdadeiro, não tem o que julgar. Já se vive em um mundo onde o amor é algo relapso, raro. Se formos excluir as poucas formas de amor que ainda existem, qual o sentido dele?"
Eu entendi o que meu irmão quis dizer, e passei a ver o relacionamento de Lochaya (Lochan+Maya) de outra maneira. Eles não tinham culpa do que estava acontecendo, eles não escolheram amar. Ninguém escolhe. Eles só amaram. Tabatha fez uma obra profunda, polêmica, e que arranca muita discussão.
Tenho certeza que vão ter várias pessoas que vão escrever que é totalmente errado apoiar essa situação, e possa ser que cheguem a me trucidar por apoiar algo tão "anormal". Mas eu tenho certeza que essas pessoas, se lerem a obra, em algum momento (nem que seja um mero relapso), não esquecer que Lochan e Maya estão cometendo incesto, e vão torcer para que aconteça algo bom. Acho que minha mente mudou muito durante a obra, e creio que minha opinião possa não ter mudado 100%, mas não continua a mesma.
Falando da obra, tem diagramação e revisão totalmente incríveis, a Valentina trabalhou perfeitamente nisso. A capa é muito linda, e quer dizer muito sobre a obra. Resumindo tudo que eu disse: Leia Proibido para construir uma opinião sobre ele. Não é uma obra que você chega e diz "ah, não gostei." ou "ah, foda". Não. Tem que ler com calma, com a mente aberta e LER. Aí depois a gente pode estabelecer um diálogo sobre o livro e sobre a temática. Mas até lá, nada de jogar pedras em algo que não é condenador religioso (afinal, existiram MUITOS incestos na época), ou na nossa nação que não é condenador legal, apenas no nosso consciente. Enfim, nem sei se todo mundo vai gostar da resenha, o intuito não é esse. O intuito é mostrar a obra mais lindas e perturbantes ao mesmo tempo que já li esse ano. Se não gostou, deleta mentalmente, nem eu estou no meu estado normal.
3 comentários
Tamy, não sei o que dizer. Cada vez que lembro de tudo que passei lendo Proibido eu só tenho vontade de me colacar em posição fetal e chorar, chorar muito. Ouso dizer que desde A manina que Roubava Livros eu não havia lido uma obra que me tocasse de tal forma. Como você disse ela é Perturbadora, e nos faz rever muitos conceito e acho que esse é seu ponto mais acertado. Enfim, sou suspeita para falar, já que sofro só de lembrar!
ResponderExcluirDeve ser uma obra que nos deixa mesmo confusos, pois ao mesmo tempo em que acho a relação entre irmãos muito errada, vou ficar na mesma situação que você, o que a frase na capa resume muito: "Como uma coisa tão errada pode parecer tão certa?"
ResponderExcluirA capa é mesmo muito linda! *__*
Gostei muito da resenha, Tam! Abraço!
Cara, tenho muita vontade de ler esse livro. Acho que diferente da maioria das pessoas eu nunca pensei nesse livro com repulsa e sim com curiosidade. Quando vi esse livro em lançamento a única coisa que pensei foi "Essa autora é MUITO corajosa de dar a cara a tapa assim". Infelizmente até hoje não tive a oportunidade de adquirir a obra.
ResponderExcluirAchei muito interessante e até bonito o que seu irmão falou, e a mais pura verdade mesmo.
OBS. Primeiro de tudo, obrigada pela sua visita. Se você veio até aqui é porque passou por todo o post e tem algo a comentar. Prometo responder em breve.